No seguimento da perguntas e respostas, e na impossibilidade de responder individualmente, aqui vai mais uma ronda!
"Apetece-te coisas boas muitas vezes? Comes doces todos os dias?"
Depende do que interpretam por doces! Eu como fruta todos os dias. E como bem sabemos as frutas são doces por isso já colmatam um pouco a falta de "açúcar"! Tudo o que é doce por natureza é sempre bem vindo! Há alturas em que me apetece comer um quadradinho de chocolate negro todos os dias, e como! E depois há alturas em que não me apetece e passo dias sem comer. Depois há aquelas alturas em que me apetece um doce específico. É raro, mas acontece! E quando isso acontece tenho mesmo de comer o doce em questão! Eu consigo evitar mas depois acabo por perceber que estou a compensar noutras coisas. Então prefiro "matar" aquele desejo e sei que assim, durante muito tempo, não me vai apetecer doces calóricos! Para além da fruta que está presente na minha alimentação diariamente, de volta e meia faço também sobremesas saudáveis! E olhem que há sobremesas saudáveis maravilhosas e pecaminosas! Isso também ajuda a não metermos o pé na argola, que é como quem diz, a não comer doces hiper-mega calóricos e pouco saudáveis! Acho mesmo que não nos devemos privar de uma coisinha boa de vez em quando! Consegue-se aguentar bastante tempo sem comer mas depois quando não conseguirmos evitar mais vamos acabar por cometer o pecado da gula! Então mais vale fazer uns docinhos saudáveis com frequência e comer os calóricos apenas de vez em quando, assim como recompensa pelo nosso esforço! Acreditem que até sabe melhor! Comparo as sobremesas mais calóricas a um vestido de gala! Não usamos o vestido de gala todos os dias! Usamos apenas em cerimónias e ocasiões especiais. E para mim acontece o mesmo com as sobremesas, são apenas para festas e ocasiões especiais!
"Quando fazes uma alimentação diferente da que adoptaste sentes-te igual?"
Embora ainda me saiba bem comer alguns pratos mais calóricos e pesados, na verdade não consigo comer muito pois acabo por ficar enjoada. Não sei, parece que já estou tão habituada a comidas simples e leves que o meu organismo já não tolera as outras da mesma forma. E se fizer uma alimentação menos saudável durante alguns dias, depois acabo sempre por me sentir mais inchada e mais cansada física e psicologicamente! Aquela frase "somos aquilo que comemos" é mesmo verdade! E lá está, depois de nos habituarmos a este estilo de vida e de alimentação, difícil é voltar à anterior!
"Como resumes a tua alimentação diária?"
O pequeno-almoço é a minha refeição favorita! E ainda bem, porque o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. Tento fazer sempre um pequeno-almoço completo. É nesta altura do dia que ingiro a maior parte de hidratos de carbono, pão, cereais, aveia, etc. Tento encher bem a barriga (sempre com alimentos saudáveis) pois isso faz com que tenha menos fome durante o dia. Por vezes faço um meio da manhã quando não fiquei suficientemente saciada ao pequeno-almoço. Ao almoço faço uma refeição normal onde no prato estão presentes em maior quantidade os vegetais e os legumes, seguidos da proteína e por fim um pouco de hidratos (hidratos bons, de preferência). E acompanho a refeição com água. Sempre. Depois faço dois lanches à tarde compostos por fruta, iogurte, sementes, granola, etc. À noite fico-me por uma sopa ou por uma salada. E basicamente é isto!
"Qual a tua altura do dia mais crítica em termos de apetites incontroláveis? E o dia mais crítico? Como contornas isso?"
Eu diria que entre as 18h e as 22h! Eu estou bem durante todo o dia, não me dá apetites espontâneos e cumpro todas as refeições de forma responsável e equilibrada! Mas a hora que antecede o jantar é mais complicada pois como estou mais cansada e ainda não jantei começa a apetecer-me isto e aquilo! Depois do jantar, mesmo estando saciada, por vezes também me dá apetites por uma coisinha boa! Tento mesmo não cair em tentação! Antes do jantar se me der fome bebo água e como uma peça de fruta ou uma bolacha de arroz para tapar o buraquinho! Depois do jantar quando me apetece uma coisa doce tento não cair em tentação e por isso muitas vezes aqui entra mais uma peça de fruta em acção ou então um ou dois quadradinhos de chocolate negro! Na melhor das hipóteses vou dormir e assim garantidamente não vou cair em tentação! Quanto ao dia da semana mais difícil de manter a dieta, não apenas um mas sim dois: o fim de semana! É-me extremamente difícil manter a dieta ao fim de semana! Ao sábado como tenho os miúdos em casa, e por ser fim de semana, acabo por fazer umas comidas mais elaboradas e mais interessantes pois andámos a semana toda a comer comida mais saudável. Depois os miúdos querem sempre fazer uma gulodice, um bolo ou uns queques! Como tenho os miúdos por perto, e quem tem crianças sabe o quão desgastante é, acabo por ficar mais stressada e quando estou mais stressada tenho tendência para estar sempre a petiscar! Ao Domingo porque é dia em que não há tanta paciência para cozinhar portanto é aquilo que vem à mão, ou porque vamos a casa dos avós onde há sempre coisas tentadoras, ou porque apetece ir comer fora, acaba também por ser mais complicado manter a dieta. Mas depois na segunda-feira volta tudo ao normal e mantém-se até à sexta!
"Já pensaste tornar-te vegetariana ou seguir outro regime alimentar?"
Que me perdoem os vegetarianos, veganos, macrobióticos ou os praticantes de qualquer outro regime alimentar, mas não! Continuo a gostar muito de peixe e de carne e de produtos de origem animal! No entanto sou como um pianista, gosto de tocar as teclas todas, que é como quem diz que gosto de experimentar um pouco de tudo de modo a ter uma alimentação bem diversificada. Por isso é perfeitamente natural que de vez em quando faça umas refeições vegetarianas ou de outro género. Obviamente não posso afirmar que nunca adoptarei outro alimentar, às vezes por uma questão de saúde somo forçados a mudar. Mas por enquanto sinto-me lindamente com este tipo de alimentação!
"Como é que a tua família reagiu à tua decisão e à tua perda de peso?"
Reagiram bem embora eu esteja convencida de que não me levaram muito a sério! Quando dei a entender que pretendia perder peso, apoiaram mas acho que ficaram sempre com aquela sensação do: "ai, acho que não vai conseguir" ou então "é provável que desista a meio"! Acho que só acreditaram realmente quando perdi os primeiros 10kg! Agora depois de 22kg perdidos já me imploram é para eu deixar de emagrecer! Dizem que estou bem assim. A minha mãe principalmente stressa muito com isso, acha que eu vou cair em fraqueza que é como quem diz que ando a passar fome para conseguir emagrecer! Ainda não conseguiu entender que eu não passo fome de forma alguma, que me alimento bem, simplesmente faço é opções mais saudáveis e equilibradas! O meu marido também diz que já estou bem assim e que não gostava que eu me tornasse num monte de ossos! Mas eu estou muito longe de ser um monte de ossos! Já atingi o meu objetivo que eram os 58kg, mas se conseguir chegar aos 55kg melhor, que é para poder ter margem de manobra, se é que me entendem! Quem me rodeia não compreende o esforço que se faz para chegar até aqui. Não compreende que precisamos de atingir um certo peso que depois nos permita ter alguma liberdade para comer coisas boas mais vezes, sem peso na consciência e sem depois termos de fazer sacrifícios para perder o que se ganhou.
"Como planeias as tuas refeições?"
Uma vez tinha falado no outro blog sobre o planeamento das refeições cá de casa. Tinha o hábito de fazer ementas semanais ou mensais que me permitiam poupar tempo e me permitiam também comprar só o que precisasse. No entanto desde que mudei a minha alimentação também isso de planear as refeições mudou. Porque agora as minhas refeições são decididas muito em função dos produtos que há disponíveis. Embora eu não use produtos esquisitos, tento optar por produtos frescos mas nem sempre há aquilo que queremos. Dou-vos um exemplo. Imaginem que para o jantar de amanhã decido fazer guacamole. Vou à frutaria e não há abacate disponível. Já fico sem opção para o jantar! Por isso primeiro vejo sempre o que há disponível e depois decido o que fazer com isso. Algumas vezes também faço uma seleção de receitas que pretendo experimentar e vou fazendo-as sempre que tenho os produtos disponíveis.
"Se nunca tivesses sido gorda, nunca terias mudado a tua alimentação?"
Antes de mais quero frisar que nunca tive uma alimentação má. O meu excesso de peso deveu-se em grande parte às minhas três gravidezes. Se nunca tivesse engravidado possivelmente nunca teria ganho o peso que ganhei. No entanto admito que cometia alguns erros e foi por isso que nunca cheguei a voltar ao meu peso normal. Primeiro, se eu tivesse praticado exercício com frequência isso teria ajudado a emagrecer. Segundo, nunca fui uma pessoa de comer fritos, fast-food, doces, etc, a toda a hora. Isto eram coisas que só ingeria esporadicamente. O meu mal era gostar tanto de pão, batata, arroz, massa. Acho que estes alimentos e a falta de exercício é que me impediram de voltar ao meu peso normal. Mas respondendo diretamente à questão, provavelmente nunca me teria reeducado em termos alimentares se não tivesse tido excesso de peso. É como eu costumo dizer, há males que vêm por bem e de facto o excesso de peso ajudou-me a ganhar outra consciência sobre a alimentação.
"Gostavas de ti gorda?"
Vamos ser sinceros! Acho que ninguém gosta de ser gordo. O que eu acho que acontece muitas vezes é que aprendemos a gostar de nós como somos. Existe também aquela ideia de que as pessoas gordas são amarguradas e profundamente infelizes. Acho que é uma ideia errada. Se aprendermos a gostar de nós como somos não vejo porque não podemos ser felizes. Eu era muito bem resolvida nesse aspeto. Obviamente olhava-me ao espelho e pensava que gostava de ser mais magra. Se fosse mais magra poderia vestir outras roupas pois encontraria mais facilmente roupas que eu gostasse e que me servissem, teria mais gosto em arranjar-me, quando saísse preocupar-me-ia menos com os olhares indiscretos, poderia também ser uma mãe mais bonita e moderna, teria mais auto-estima! Nunca fui infeliz com o corpo que tinha dantes. Mas é claro que agora é um pouco diferente. Eu já gostava de mim, agora ainda gosto mais! Definitivamente agora sinto-me muito melhor e muito mais feliz!
"Com o peso que perdeste a roupa de certeza passou a ficar grande. Como fizeste para renovar o teu guarda-roupa"?
Bom, não tive qualquer dificuldade em renovar o meu guarda-roupa! Nunca me desfiz da roupa que usava quando era mais magra porque sempre tive esperança de um dia voltar a usar e como eram peças intemporais nunca passariam de moda. A dada altura, confesso, ponderei desfazer-me delas. Ocupavam espaço e não tinham qualquer utilidade. Além do mais eu sabia lá quando ia voltar a usá-las, e se é que algum dia ia conseguir voltar a usá-las. Mas no fundo algo me dizia para não me desfazer delas porque elas ainda haveriam de servir! Acho que já contei isso aqui, quando comecei a perder peso, a única peça de vestuário que tive de comprar foram calças de ganga. De resto não precisei de comprar mais nada pois tinha sempre algumas peças que iam servindo. Aliás, o meu guarda-roupa era composto pelas roupas que usava quando era magra, pelas roupas que usava quando comecei a engordar, pelas roupas que usava depois de ser gorda e pelas roupas que ainda assim ficavam grandes mas que ali estavam porque poderiam ser precisas. Por isso era uma grande confusão! À medida que fui emagrecendo (e que vi que o processo de perda de peso estava mesmo a ser levado a sério e que não ia haver aquele efeito iô-iô) tratei logo de me ir desfazendo das roupas que estavam a ficar largas. Não deitei fora, dei pois estavam em muito bom estado. Livrar-me dessas roupas não só me permitia libertar espaço no roupeiro como me permitia virar a página e livrar-me de uma "fase física" menos boa para assim começar um novo capítulo! Finalmente quando perdi quase todo o peso que pretendia e de toda a minha roupa de antes me servir novamente, foi livrar-me de vez das roupas grandes e guardar algumas que me ficavam um pouco mais larguitas não vão algum dia ser precisas. Não pretendo engordar mas nunca sabemos o que o futuro nos reserva. Depois foi só ver que peças eram necessárias adquirir. Portanto não tive que fazer grandes investimentos. Há uns dias alguém me dizia: "gostava de emagrecer mas tenho tanta roupa boa que seria um desperdício". Eu compreendo, mas acho que isso não é um bom princípio! Se gostávamos de emagrecer, se precisamos de emagrecer e se queremos emagrecer, a roupa não deve ser de todo um impedimento. É a nossa saúde e o nosso bem estar que estão em causa. Até porque se não estamos bem com o nosso corpo, não são umas peças de boa roupa que nos vão fazer sentir melhor. Além do mais no processo de perda de peso há imensa roupa que pode ser ajustada caso não se possa ou não se queira comprar roupa nova. E para quem não pode adquirir peças novas, há ainda a possibilidade de adquirir roupa em segunda mão que muitas vezes está em ótimo estado e, bem lavadinha, serve na perfeição e fica mais em conta. Que a roupa não seja, de todo, um impedimento para emagrecer e para se ser mais saudável!
Espero ter conseguido responder às questões e às dúvidas que me têm sido colocadas. E já sabem, se tiverem alguma dúvida que gostassem de ver esclarecida é só fazê-lo através do formulário de contacto que se encontra na lateral do blog como tem sido até agora!